quarta-feira, 5 de junho de 2013

Minhas tardes com Margueritte

Um filme sobre amizade, leitura e delicadeza.

Quando comecei a pensar sobre um filme que eu pudesse comentar aqui no blog e que a narrativa fizesse uma alusão à importância da leitura, lembrei-me rápido desta película de produção francesa do ano de 2010, Minhas tardes com Margueritte.

 

   Germain, um feirante cinquentão, rude e meio atrapalhado, personagem de Gérard Depardieu, desenvolve uma bonita história de amizade com Margueritte, uma senhora de noventa e cinco anos que adora reler seus livros favoritos, vivida por Gisele Casadesus. Um encontro pouco provável entre os dois em um banco de parque dá início ao sentimento fraterno e de respeito entre os dois personagens. Margueritte recitava em voz alta, ele foi lanchar e dava comida aos pombos, eis o cenário do primeiro encontro; a partir daí, todos os dias, Margueritte com toda sua delicadeza fazia a leitura de trechos dos seus livros para ele. 
   Por intermédio do tempo psicológico, nas lembranças de Germain podemos conhecer o ambiente intolerante da sua infância tanto na escola como na sua casa. Ele sempre foi gordinho e teve problemas de aprendizagem na escola, por causa dessas características sempre foi constrangido pelos colegas e pela professora, e, em casa, para piorar, sua mãe era muito grosseira e o ridicularizava também. 
   Esse universo pouco compreensivo fez com que Germain tivesse uma aparência bruta e fosse introspectivo e fechado, entretanto ele é solidário, cuida da mãe, possui uma natureza sensível e uma índole boa, perceptíveis pela generosidade e gentileza no trato que ele tem com as pessoas.
    Um dia Margueritte dá um dicionário para Germain, mas ele devolve o presente porque não consegue ler e encontrar as palavras nele. Germain desiste por pouco tempo, pois ao saber que a amiga que o fez gostar de literatura está prester a ficar cega, ele muda de atitude e dedica-se à leitura conseguindo dessa forma ler de forma desembaraçada. Num gesto de profunda gratidão, respeito e delicadeza em relação à amiga Margueritte ele passa a ler para ela.
    Um filme tocante, de amor ao próximo, de percepção que as diferenças entre as pessoas não existem  se houver amor e amizade, e tudo isso só é possível se conseguirmos perceber o outro na sua essência e respeitá-lo em suas limitações, que a gentileza e o cuidado com as pessoas devem ser uma prática diária com todos sem distinção e um exercício desinteressado.
    Li faz pouco tempo uma frase atribuída à Madre Teresa de Calcutá que me levou à reflexão sobre essa relação entre nós e os outros, o cuidado que devemos vigiar constantemente. Essa sensibilidade para quem é educador faz-se fundamental. Refleti que todas as nossas ações, por menores que sejam, reverberam para o universo extrínseco e, também, para a nossa essência, o nosso universo interior.

"O bem que você faz hoje, poderão esquecê-lo amanhã. Faça o bem assim mesmo. Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante. Dê o melhor de você assim mesmo. Veja você que, no final das contas é entre você e Deus. Nunca foi entre você e os outros."( Madre Teresa)

Um grande abraço para você!

Assista o trailler do filme:
http://www.youtube.com/watch?v=9M3ArjDkPvA

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